Monday 11 August 2008


Ciúmes

Pierrot dorme sobre a relva junto ao lago. Os cisnes junto dele passam sede, não no acordem ao beber.
Uma andorinha travessa, linda como todas, avoa brincando rente à relva e beija ao passar o nariz de Pierrot. Ele acorda e a andorinha, fugindo há muito, olha de medo atrás, não venha o Pierrot de zangado persegui-la pelos campos. E a andorinha perdia-se nos montes, mas, porque ele se queda, de novo volta em ziguezagues travessos e chilreios de troça. E chilreia de troça, muito por alto, por cima dele. Pierrot já se adormecia, e a andorinha em descida que faz calafrios passou-lhe no peito duas ginjas bicadas, e fugiu de novo.
De contente, ergueu-se, sorrindo, e, de joelhos, braços erguidos, seus olhos foram tão longe, tão longe como a andorinha fugida nos montes.
De repente, viu-se cego – os dedos finíssimos de Colombina brincavam com ele. Desceu-lhe os dedos aos lábios e trocou com beijos o aroma das palmas perfumadas. Depois dependurou-lhe de cada orelha uma ginja, à laia de brincos como jóias de carmim. Rolaram-se na relva e uniram as bocas, e já se esqueciam de que as tinham juntas...
– Sabes? Uma andorinha...
E foram de enfiada as graças da ave toda paixão. Pierrot contava entusiasmado, olhando os montes ainda em busca da andorinha, e a Colombina torceu o corpo numa dor calada e tomou-lhe as mãos.
Havia na relva uma máscara branca de dor, e a Lua tinha nos olhos claros um olhar triste que dizia: Morreu Colombina!

A sesta


Pierrot escondido por entre o amarelo dos girassóis espreita em cautela o sono dela dormindo na sombra da tangerineira. E ela não dorme, espreita também de olhos descidos, mentindo o sono, as vestes brancas do Pierrot gatinhando silêncios por entre o amarelo dos girassóis. E porque Ele se vem chegando perto, Ela mente ainda mais o sono a mal-ressonar.
Junto d`Ela, não teve mão em si e foi descer-lhe um beijo mudo na negra meia aberta arejando o pé pequenino. Depois os joelhos redondos e lisos, e já se debruçava sobre os joelhos, a beijar-lhe o ventre descomposto, quando Ela acordou cansada de tanto sono fingir.
E Ele ameaça fugida, e Ela furta-lhe a fuga nos braços estendidos.
E Ela, magoada dos remorsos de Pierrot, acaricia-lhe a fronte num grande perdão. E, feitas as pazes, ficou combinado que Ela dormisse outra vez.




Ok, Ana você disse que não era pra colar nada mas achei legal esses "artigos" e resolvi colocar.
Sobre o Pierrot, descobri que ele usa roupa branca, bem larga quase como se não fosse humanno, tudo é branco! E o Arlequim só usa roupas coloridas e que marcam o corpo dele e anda sempre com uma bengala, sua roupa é um maillot, que tem 37000 retalhos, de 37000 histórias dele. Pierrot ama uma única; é a própria nobreza do amor! E Arlequim não descansa enquanto não encontrar entre todas Aquela que é a sua; é a própria nobreza do amor.

uhul!

1 comment:

Giulliano said...

Ai Clara não sei não!
Acho que você deveria refazer tudo, a mão!
Porque foi muito bem especificado, em caso de alguem querer mostral algo já feito, é para colocar o link e nada mais.

heheuhaaueha! Brincadeirinha!